Economia

Aumento na conta de luz impulsiona energia solar como alternativa no RN

Com a crise hídrica enfrentada pelo país e os recorrentes reajustes na conta de luz, mais consumidores estão procurando reduzir os gastos com energia elétrica e adotando fontes alternativas. Entre as modalidades, a energia solar se tornou uma aposta de destaque, segundo dados da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

Somente no primeiro semestre de 2021, foram 142.199 novas adesões de consumidores à modalidade, número 44,3% maior que o crescimento verificado no primeiro semestre de 2020, quando foram 98.502 novas miniusinas.

Segundo a Absolar, associação das empresas de energia solar, o mercado cresce desde 2012, quando a Aneel iniciou a regulamentação que afeta o segmento. Os consumidores têm como atrativos a possibilidade de contribuir com o meio ambiente e a de economizar. A associação estima que um sistema fotovoltaico bem dimensionado pode reduzir os gastos com eletricidade em até 95%.

A pandemia e a conta de luz alta com o retorno das bandeiras vermelhas em dezembro do ano passado se tornaram novos ingredientes nesse mercado.

Empresas do setor confirmam o aumento da procura. Segundo Andrey Dantas, engenheiro eletricista da empresa JSL Energia Solar de Mossoró, que conecta geradores de energia solar na cidade, a busca cresceu 30% só no primeiro semestre, principalmente quando houve os vários aumentos na conta de energia.

“Para se ter uma ideia ainda maior, só nesse primeiro semestre de 2021, a gente vendeu sistemas, mais do que 2019 e mais do que o ano de 2020 todinho”, afirmou Andrey.

Outras informações importantes destacada pelo engenheiro elétrico foram a respeito do consumo e sua manutenção.

“Muita gente as vezes contrata o sistema solar se baseando em seu consumo médio mensal, mas acabam achando que podem exagerar na utilização dos equipamentos elétricos, o que não é verdade, se quer aumentar o consumo médio, deve também ter uma folga de energia maior dentro do seu plano contratado”, disse o engenheiro.

“Outro ponto importante é que é um sistema que tem baixa manutenção, e quando necessário, é uma manutenção relativamente simples. E sobre as taxas de energia junto a COSERN, são valores bem pequenos, entre 22 a 26 reias no sistema monofásico, por exemplo. Portanto, é algo que vale muito a pena”, concluiu Andrey.

Foto: Valdemar Medeiros/CPG

De acordo com a Aneel, em 2013 o Rio Grande do Norte possuía apenas duas usinas. Até 2020 foram instaladas 2.533 novas usinas particulares. E só no início desse ano, foram mais de 10 mil no total.

O Rio Grande do Norte está localizado em uma região privilegiada pelo clima ideal para o investimento nesse tipo de energia.

O volume de investimento é de mais de R$ 2 bilhões no setor solar para os próximos três anos no Rio Grande do Norte. E um ponto importante nesse processo é toda a estrutura da energia eólica contribui para instalação dos parques solares, de acordo com Jaime Calado, secretário de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Norte. “Há uma economia, porque você tem uma estrutura, que são verdadeiras estradas da energia, que podem ser usadas tanto pela energia solar como pela energia eólica”, afirmou Calado.

O Rio Grande do Norte planeja se tornar autossuficiente em energia fotovoltaica em 2022, assim como já é na produção de energia eólica, para atender todo o seu consumo elétrico.

Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o setor de energia solar cresceu 175% na comparação entre 2019 e 2018 no Rio Grande do Norte e a estimativa é que em 2040 só a energia do sol represente 32% da matriz energética brasileira.

Outro fator que favorece a expansão são valores mais acessíveis em relação ao praticado nos primeiros anos. A estimativa é que os custos tenham caído 80% dede 2012. O especialista Guilherme Susteras calcula que a instalação em uma casa atualmente pode variar de R$ 10 a R$ 50 mil dependendo do tamanho e do consumo esperado. E o retorno do investimento pode ser alcançado entre 4 de 8 anos, de forma geral, dependendo também de vários fatores como a irradiação solar no local.

Com informações: R7, InforSolar e JSL Energia Solar/Mossoró.

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