Tendências que devem revolucionar o setor de tecnologia em 2023
Por Stiverson Palma
É comum que as empresas e seus executivos busquem por informações a respeito de tendências e tecnologias para investimentos a cada fim de ano. Os profissionais da atualidade, sobretudo os líderes de negócios e de tecnologia, não podem se dar ao luxo de não estarem atentos aos comportamentos do mercado e às tecnologias que carregam grande potencial de desenvolvimento.
Uma maneira comum de se informar sobre o comportamento do mercado é se atentar a pesquisas que apontem dados relevantes, a fim de conseguir conduzir bem investimentos e decisões de negócios, garantindo um ano novo mais lucrativo e seguro. Por isso, aproveito para compartilhar algumas tendências e insights que podem ajudar a esclarecer sobre potenciais investimentos para o ano que vem.
A primeira tendência que vale ser ressaltada é a do direcionamento geral da maior parte das organizações para uma cultura customer centric. Colocar os clientes no centro dos negócios é algo que vem se tornando fundamental na existência de qualquer organização. São os clientes que detêm, verdadeiramente, o poder de estar ou não ao lado de uma marca, de engajar com ela. Para isso, é preciso investir, acima de tudo, em personalização.
A personalização permite que se crie jornadas do cliente muito mais elaboradas, únicas e próximas ao que o cliente busca em suas interações com uma marca. Para atingir isso, é preciso buscar tecnologias que permitam uma personalização em escala, como o Data Science, e que ao mesmo tempo automatizem processos longos e repetitivos, permitindo que os esforços de líderes estrategistas de negócios se foquem em ampliar o tempo de vida do cliente dentro das organizações. A hiperautomação vem facilitar, tecnologicamente, essa mudança de foco dentro das organizações.
Outro investimento importante se refere à imunidade digital. Recentemente a Gartner liberou um relatório de tendências para 2023 que aponta que as empresas que investirem na criação de imunidade digital reduzirão o período de inatividade de seus sistemas em até 80%, o que se reflete em uma maior receita. Isso também dialoga diretamente com a necessidade de investimentos em proteção de dados e cibersegurança, dado que os números de ataques para roubo de informações só crescem em todos os setores, e prometem ser ainda maiores em 2023.
Outro ponto de atenção é o dos investimentos sustentáveis. Ser sustentável já não é um diferencial, mas um pré-requisito de mercado. As empresas não lutam mais apenas por uma melhor visibilidade, mas por uma verdadeira necessidade de perpetuação do mercado. Todas as vezes que as empresas abusam do mercado, sem pensar em ser sustentáveis, o próprio mercado se regula, geralmente com impactos extremamente pesados nas empresas.
É preciso fazer mais com menos, ou ser melhor e mais eficiente sem precisar explorar mais. Não é à toa que tantas organizações sofrem com crises. Viemos de uma cultura de crescimento a todo custo, e agora o próprio mercado cobra seu preço.
Aliado a isso, podemos pensar a sustentabilidade pelo viés do TI Verde e outras iniciativas que visam usar a tecnologia de forma mais inteligente, reduzindo emissões de carbono, gastos com energia elétrica, entre outras coisas, a fim de também preservar e ajudar a restaurar o meio ambiente. A mesma pesquisa da Gartner apontou que, para os CEOs, as mudanças ambientais e sociais são uma das três principais prioridades para os investidores. É preciso focar em sustentabilidade como estratégia de negócio, para que o negócio ainda exista no futuro.
Para isso, não há mágica, mas há tecnologia. Os investimentos em nuvem, por exemplo, ajudam muito na hora de reduzir emissões, pois concentram emissões e gastos em imensos data centers, sem retirar as possibilidades de crescimento e acesso a todo tipo de tecnologia por parte das organizações. Na verdade, até facilita.
Uma outra tendência interessante está relacionada às estratégias de desenvolvimento, testagem e avaliação ágeis, algo que já não é uma novidade, mas realmente vem mudando o cenário de tecnologia, sobretudo com a criação de técnicas interessantes que agregam autonomia à agilidade como o uso de squads. Squads garantem que equipes autônomas criem produtos viáveis muito mais rápido, com olhares multidisciplinares e multiculturais extremamente valiosos para todo o contexto de desenvolvimento, seja de um software ou de um produto.
A última tendência de investimento que, de certa forma, ajuda a manter uma empresa centrada em seus clientes e a ser sustentável, é a de uma melhor coleta e tratamento de dados. Os dados são essenciais para direcionar os negócios. Eles alimentam toda nova tecnologia, sobretudo as com interações com o mundo real. Vale ressaltar que os dados ganham cada vez mais valor e permitem investimentos em ferramentas como IAs e gêmeos digitais, que são duas tecnologias de grande importância para todos os cenários futuros.
Os usos para IAs são potencialmente infinitos, já que elas servem para resolver diversos problemas de processamento e relacionamento. IAs treinadas para aprender ajudam a tirar melhor proveito dos dados coletados, promovem melhores insights em grande escala e propiciam que os dados sejam alimentados de forma mais eficiente no futuro. O mesmo vale para modelos de gêmeos digitais, que permitem que se experimente em ambientes seguros e sem grandes investimentos. Novos tipos de IAs vêm surgindo a cada dia e as utilidades para elas aumentam a cada nova ideia. Inclusive, alguns marcos legais envolvendo a tecnologia estão em pauta atualmente, justamente por seu potencial ainda precisar ser bem conhecido.
Essas são algumas ideias nas quais refletir neste final e começo de ano, espero ter ajudado a colocar em pauta na sua empresa alguns pontos interessantes que podem vir a se tornar investimentos valiosos.