Entrevista da Semana: Conheça Tárcio Araújo, a nova voz do rádio esportivo do RN
Nascido na capital, com raízes no Pico do Cabugi e radicado na “Terra de Santa Luzia”, o radialista Tárcio Araújo, da Rádio TCM 95 FM, é o nosso entrevistado desta semana aqui no “É Notícia Mossoró”. Comunicador nato e amante do radiojornalismo, Tárcio é um dos novos nomes da locução esportiva no estado.
Preparado e pronto para esse novo passo na profissão, ele bateu um papo conosco sobre a sua trajetória na comunicação potiguar, as experiências vividas e a expectativa para o seu novo desafio: Ser a voz do futebol na Rádio 95 FM.
Confira a entrevista:
ENM – Para começar, fale um pouco sobre as suas origens.
Minha família é do sertão de Angicos, sítio Santa Luzia, mas nasci em Natal e cresci em Lajes, desde um ano de idade. De lá, vem as minhas origens, é a minha cidade.
ENM – Muitos não sabem, mas você já esteve na vida política. Conte-nos como foi essa experiência.
Participei de uma eleição em 2000 e fiquei como primeiro suplente de vereador, em Lajes-RN. Infelizmente, um ano depois o titular da cadeira faleceu e passei três anos no exercício do mandato. Pautei alguns projetos no âmbito do turismo local, do esporte, como futebol e Taekwondo e da cultura. No entanto, não havia maturidade suficiente para seguir uma carreira política. Era muito jovem, sem nenhuma experiência. O ensinamento é justamente esse: Só devemos abraçar aquilo que estamos seguros, concentrados e conscientes. Não havia preparo humano e pessoal, nem havia ninguém pra me orientar como fazer. Um belo ensinamento de vida.
ENM – Foi em Lajes o seu primeiro contato com a Comunicação?
Foi em Lajes, ainda na infância. Na escola, eu sempre fazia apresentação das brincadeiras, dos eventos estudantis. Gostava de falar ao microfone. Na minha casa se ouvia muito rádio o dia todo. Meu pai com programas esportivos e minha mãe ouvia programas de variedades, enquanto lidava com atividades rotineiras. Aos 14 anos, atuei num serviço de auto-falantes da cidade. Com 16 anos, trabalhei nos carros de som com propagandas do comércio local e como locutor de campanhas políticas. Em 1998, entrou no ar em Lajes uma rádio comunitária sem outorga, a Itaretama FM. Eu tinha 18 anos e foi lá onde dei os primeiros passos como comunicador de rádio. Depois, entrei na política, até voltar para o rádio. Trabalhei em Angicos (104 FM) e na cidade de João Câmara (89 FM), em seguida, senti necessidade de estudar, e, em 2007 vim para Mossoró cursar Comunicação Social na UERN.
ENM – E de onde surgiu o interesse pela vida acadêmica?
Surgiu pela necessidade de expandir meu potencial. Já estava com quase 30 anos e sentia a necessidade de me especializar, me preparar. Já tinha a Comunicação na veia, mas precisava de uma graduação. Passei no vestibular de rádio e TV da UERN, e, hoje, ainda me cobro, pois poderia ter me dedicado mais durante o período da faculdade. No entanto, ocorreram problemas pessoais que me tiraram do foco. Também precisava trabalhar e estava sozinho em Mossoró. Teve uma época em que cheguei até a desistir do curso. Fui jubilado restando apenas o TCC. Alguns anos depois, incentivado pelo amigo Esdras Marchezan, me submeti a uma nova seleção e regressei apenas para fazer minha defesa. Dentro do curso, passei a me projetar vencendo vários prêmios de Jornalismo no campo do rádio e com projetos em congressos científicos, regional e nacional. A UERN foi Fundamental na minha vida. Hoje, estou de volta para fazer um mestrado e decidi seguir em frente com os estudos. Mais uma vez, incentivo do amigão professor Esdras Marchezan.
ENM – Em Mossoró, como foi a sua primeira experiência em um veículo de Comunicação?
Em Mossoró, comecei com bolsa na extinta FM Universitária e depois trabalhei alguns anos na TV Mossoró, como Produtor e Pauteiro do jornal da emissora. Em seguida, como produtor do programa Linha de Fogo, apresentado pelo comunicador Cyro Robson. Momentos de grandes aprendizados e boas vivências. Em 2010, desembarquei no grupo TCM.
ENM – A chegada ao Grupo TCM foi um divisor de águas na sua trajetória?
O grupo comprou a Rádio 95 FM e soube que havia a carência de um produtor e âncora para o jornal que teria no início da noite. Através de Fábio Oliveira e Fabiano Morais, apresentei minha experiência que já tinha no rádio da minha cidade para o diretor da época, Michael Charles. Através de um piloto que fiz com Fábio Oliveira e Ênio Ticiano, meu trabalho foi bem aceito. Ingressei no grupo em 10 de Julho de 2010. Sempre identificado com o rádio, no caso a FM 95. Foi muito importante para mim porque é uma empresa de comunicação muito respeitada e que preza pela qualidade do seu trabalho. Ganhei notoriedade com trabalhos premiados pela 95 FM, o que agregou muito ao nosso currículo. Um orgulho sadio fazer parte da Rede TCM, uma casa que gera oportunidades.
ENM – E como se deu a sua inserção na cobertura esportiva dentro da 95 FM?
Em 2015, havia saído para implantar o jornal das Cinco, na FM 105. Por motivos comerciais, o projeto não andou e, em 2017, por intermédio de Enio Ticiano e Freire Neto, fui convidado para fazer plantão e ancoragem nas jornadas esportivas daquele ano. Desde então, fiquei na ideia de que seria capaz de algo a mais no jornalismo esportivo da rádio. No entanto, já tinha o jornal pra dar conta, e me mantive na ancoragem das jornadas nesses anos.
ENM – Narrar futebol era um sonho distante?
Desde criança, ouvia futebol no rádio em casa com meu pai. Toda a minha adolescência foi ouvindo futebol no radio, com meu pai. Mas fiquei adulto e nunca atentei pra isso. No entanto, já de uns anos pra cá, visualizei essa hipótese na minha cabeça com mais firmeza. Ano passado, com a vacância de narrador titular na 95, coloquei em prática a possibilidade de assumir essa função. Já tinha confiança em mim e me veio uma convicção de que era momento de assumir uma nova função no rádio. Uma convicção muito forte. Gravei um piloto, mostrei a direção da empresa e fiquei aguardando a vez.
ENM – E como foi sua preparação para se tornar um narrador?
Passei a ouvir as transmissões com mais atenção, com o ouvido mais crítico, com uma audiência mais técnica do que de torcedor. Daí, fui mergulhar dentro da internet e estudar o assunto, lendo livros, artigos e vendo documentários e entrevistas de grandes profissionais da área. São nos grandes que devemos nos inspirar. Por fim, paguei um curso online com o narrador Renato Rainha, na BandNews de São Paulo. Ele é criador de um método muito interessante para novos narradores. O que foi muito bom porque me agregou muitos ‘macetes’. O resto é praticar, praticar e praticar. É um campo novo e vasto para mim e acredito que dará certo. Sou muito confiante. Na verdade, já era pra ter começado antes, bem antes, como narrador de rádio.
ENM – Quando você estreou como narrador esportivo?
A estreia foi no ano passado, num jogo entre Potiguar e Palmeira de Goianinha. De forma inesperada, fui chamado para cobrir a ausência do Adailton Amorim que, na ocasião, estava doente. Confesso que fui pego de surpresa. Na época, estava fazendo o curso, mas a direção já tinha ouvido o meu piloto. Sabiam que eu já estava em preparação. Sou muito grato à Janaína Nunes, diretora da 95 FM, e Gustavo Sena, diretor comercial da TCM. Eles foram fundamentais nesse processo. Confiante, fomos para o jogo e, no conjunto geral, fizemos um trabalho que a direção esperava. Lembro que recebi um bom feedback do público. Claro que essa foi uma experiência isolada. Quando me ouço identifico muitos erros, vícios. Eu me cobro bastante porque sei qual o nível que quero chegar e que vou buscar. Evidentemente, daqui a um ano, meu desempenho estará muito mais evoluído. E assim será!
ENM – Você será o narrador da 95 FM na Segunda Divisão do Campeonato Estadual deste ano. Qual o significado desta missão?
Vai representar um março na minha carreira para o resto da minha vida, na condição de narrador. Farei dessa Segunda Divisão a minha Champions League e, com isso, passar a melhor impressão possível do meu trabalho. Ela (competição) surge como uma preparação para os próximos desafios que virão por aí, como o Estadual de 2022 e outras competições nacionais. Darei o meu melhor. Faremos um grande trabalho, não tenha dúvidas!
ENM – Deixe um recado para os leitores do “É Notícia Mossoró” e admiradores da sua trajetória no rádio, agora, também no esporte.
Quero parabenizar o site e toda equipe pelo empreendimento. O mundo digital domina a comunicação no ambiente virtual. Vocês apresentam conteúdo inovador e atualizado. Não tenho dúvidas, que num curto espaço de tempo estarão entre os sites mais acessados do Estado. Mantenham o foco, estamos todos nesta estrada da comunicação. Há muito ainda a ser percorrido, ser conquistado. Obrigado por fazer parte desse trabalho.