Cultura

89 anos da Diocese de Mossoró

Em 28 de julho de 1934, a exatos 89 anos, era criada a Diocese de Mossoró. Coube a Padre Luís da Mota, na época Vigário da Paróquia, dá conhecimento aos fiéis através da leitura da Bula do Santo Padre Pio XI, criando a Diocese e elevando a matriz de Mossoró a categoria de Catedral Diocesana.

No 4º Livro de Tombo da Matriz, página 64, registrou o Padre Mota:

“No dia 14 do corrente mês recebi telegrama do Sr. Bispo de Natal avisando-me a criação da Diocese de Mossoró nos seguintes termos: Vigário. Criada Diocese Mossoró. Comunique Vigários, Povo. Parabéns. Bispo.

Imediatamente mandei que se repicassem todos os sinos das igrejas da cidade e foram soltadas girândolas de foguetões como demonstração de viva alegria do povo mossoroense pela gratíssima e ansiada notícia.

Telegrafei a todos os Vigários da Diocese de Mossoró, comunicando-lhes o ocorrido e pedi-lhes que avisassem aos paroquiado dos seus rebanhos. No domingo, 16, falei ao povo nas duas missas na Catedral sobre a criação da nova Diocese. Foram passados muitos telegramas de felicitações ao Sr. bispo de Natal pelo coroamento dos seus esforços sobre a criação da Diocese de Mossoró. O Vigário também recebeu muitos telegramas e cumprimentos pelo auspicioso acontecimento. “

O jornal “O Mossoroense”, em sua edição de 16 de setembro de 1934 registrava:

“Telegrama do Núncio Apostólico ao Bispo de Natal, em 14 de setembro de 1934: Grato comunicar que Santo Padre houve por bem criar a Diocese de Mossoró. Atenciosas saudações.

– Diocese de Mossoró. No dia 14 foi a cidade de Mossoró surpreendida pela alvissareira notícia da criação da Diocese que terá sede nesta cidade.

É-nos defeso dizer da importância desse fato auspicioso que traduz, para católicos e indiferentes, um passo gigantesco para o nosso desenvolvimento religioso, intelectual e moral.

A ação civilizadora da Igreja é tal e será sempre fato inconteste que se impõe a consciência de todos os povos.

Onde assenta ela sua tenda, florescem as letras e as indústrias, adensam-se os núcleos de educação, a instrução se difunde e uma aura benfazeja de formação moral mais apurada, areja as consciências onde ela vai exercer de preferência a sua influência benéfica e construtora.

De muito, o nosso povo orientado pela ação indefesa do nosso operoso Diocesano, o Exmo. Sr. D. Marcolino Dantas, acalenta a esperança de ver transformado em realidade o antigo sonho que ora se positiva: – Mossoró sede de um Bispado.

Os que acompanham o desenvolvimento econômico de Mossoró que pela sua situação geográfica e surto de progresso, vem sendo o empório de uma larga faixa do Nordeste, compreenderão facilmente o nosso entusiasmo ao saudarmos, bem próximo, o raiar dessa alvorada que há de espargir, sobre tudo e sobre todos, os clarões benfazejos de uma vida nova de fé e de progresso.

O nosso povo sempre se fez notar pelo amor e dedicação indefectíveis aos seus princípios religiosos, as suas tradições de fé. Por isto, é justo que nas nossas colunas que tanta vez abrigou artigos e notícias de propaganda por esse ideal salvador, enviemos, com a nova alvissareira, nossos mais sinceros saudares a todos os que são capazes de sentir o alcance deste acontecimento tão promissor para o nosso futuro de povo amante da felicidade e progresso de nossa terra.

Esses cumprimentos se dirigem de modo especial aqueles que para o advento de tão feliz acontecimento já empenharam esforços morais e materiais juntando aqui um voto de louvor ao Exmo. Sr. Bispo Diocesano, em primeiro lugar e depois aos dignos sacerdotes que presidem aos nossos destinos espirituais. “

No dia 18 de novembro de 1934, num dia de domingo, dava-se a inauguração da Diocese de Mossoró, conforme determinação do Sr. Bispo de Natal, D. Marcolino Dantas. O padre Luiz Ferreira Cunha da Mota registrou no 4º Livro de Tombo da Matriz, nas páginas 64 e 65:

“Tendo recebido procuração de S. Excia. Revma. para em seu nome oficiar na cerimônia conforme as prescrições canônicas, o fiz com toda a solenidade na Catedral de Santa Luzia em sessão pública, com o comparecimento de todas as associações católicas, clero, autoridades e grande público. Nesta ocasião, tomei da palavra para explicar o grande acontecimento e declarar oficialmente inaugurada a Diocese de Mossoró. O Cônego Amâncio Ramalho, como secretário do ato, procedeu à leitura em vernáculo da Bula de criação da Diocese, do S. Padre Pio XI, datada de Roma, no dia 28 de julho do corrente ano como também da Provisão da Nunciatura Apostólica do Rio de Janeiro, nomeando o Sr. Bispo de Natal, D. Marcolino Dantas, Administrador Apostólico da nova Diocese até a nomeação do seu primeiro Bispo. De tudo fez-se ata especial em livro próprio para os atos da Diocese e foi assinada por todos os presentes. Em seguida à solene sessão, oficiou-se um “Te Deum” em ação de graças. A Catedral estava repleta de todo povo católico de Mossoró, representado por todos os seus elementos sociais. Era notada a satisfação geral com a elevação da sua Igreja à dignidade de Sé-Catedral e nossa cidade distinguida com tão grande honra pela Igreja de N. S. Jesus Cristo. Renovaram-se os cumprimentos ao Sr. Bispo de Natal, nosso Administrador Apostólico, ao Vigário da Catedral de Santa Luzia, ao Clero.”

Assim foi a instalação da Diocese de Mossoró que último dia 18 completou oitenta e oito anos de existência, com a leitura da “Bula de criação da Diocese de Mossoró”, pelo Padre Mota.

Geraldo Maia – colunista

É Notícia Mossoró

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