“Preciso trabalhar para dá de comer a minha família”, diz funcionário da Itagres em protesto
Na manhã desta quinta-feira, 11, funcionários da empresa Itagres/Porcellanati, realizaram um protesto em frente a prefeitura de Mossoró, pedindo o não fechamento da fábrica por parte do poder púbico municipal. Na última sexta-feira, 5, foi assinado um decreto onde o município solicitou a reversão do terreno onde está localizada a fábrica.
Segundo o advogado Marcos Nicoladelli, a empresa está tomando os meios cabíveis judicialmente para contornar o ocorrido, mas lamenta que a situação pudesse chegar nesse ponto.
– Entendemos que isso não deveria ser um caminho a ser tomado, tendo em vista que estamos aqui única e exclusivamente para gerar benefícios, logo empresa já está aberta. De fato ficamos um tempo parado, mas agora, principalmente nos últimos meses, a gente fez um movimento de religada, e hoje ela está funcionando, a empresa está aberta, prova disso são as pessoas que estão aqui hoje (no protesto), e a gente veio aqui para mostrar a sociedade que estamos funcionando. Portanto, gostaríamos que as autoridades entendessem isso, e simplesmente nos deixassem trabalhar – explicou
A movimentação reuniu centenas de trabalhadores do grupo Itagres que já atuam na fábrica de Mossoró. Para muitos, a possibilidade de reversão do terreno é algo desesperador.
– É com o sentimento de muita tristeza que a gente recebe essa informação, não podemos deixar que isso aconteça. Eu estava há mais de dois anos desempregado, e quando a empresa resolveu nos chamar, foi uma alegria imensa que nem pensei duas vezes, vi como um sinal de esperança, até porque preciso trabalhar para dá de comer a minha família – disse Geovanio Reinaldo, funcionário mossoroense da Itagres.
O terreno onde hoje funciona a empresa foi doado em 2004, por parte da prefeitura, com o objetivo de contribuir para a geração de empregos na região. Porém, após um período difícil, a fábrica precisou parar as suas atividades. Hoje, com uma nova perspectiva, a empresa tem a intenção de retornar, inclusive, já conta com quase 130 empregados.
“Caso a prefeitura não entre em acordo com a empresa, isso só vai prejudicar a cidade” disse o presidente do Sindicato Dos Trabalhadores nas Indústrias de Cerâmicas do Estado, Cícero Luiz Dantas Medeiros.