Novembro Azul: Pandemia do coronavírus pode aumentar as estatísticas
Ainda tido como um tabu a ser quebrado pelos homens, devido ao preconceito em fazer os exames de rastreio e culturalmente terem menos cuidados com a saúde do que as mulheres, outro fator que pode contribuir para o aumento dos casos de câncer de próstata num futuro próximo é a pandemia do coronavírus.
A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) alerta sobre os impactos da pandemia da covid-19 no setor, especialmente na realização de diagnósticos e de tratamentos do câncer de próstata. De acordo com reportagem da Agência Brasil (EBC) as cirurgias para retirada da próstata por câncer tiveram redução de 21,5% na comparação entre 2019 e 2020.
“O fenômeno da pandemia gerou uma importante redução no número de consultas urológicas de rotina, solicitações de PSA, solicitações de biópsias de próstata e realização de cirurgias por câncer de próstata. Isso certamente afetará no aumento de diagnósticos da doença em fases mais avançadas. Os homens precisam estar atentos para manter sua avaliação em dia e diminuir o risco de diagnóstico em fase tardia”, alerta Dr. Éddio Dantas, Médico Urologista da LMECC.
Os dados inéditos do Ministério da Saúde, obtidos a pedido da SBU, constam do Sistema de Informação Hospitalar (SIH). As coletas do antígeno prostático específico (PSA) e de biópsia da próstata que, junto com o exame de toque retal, que diagnosticam a doença, registraram quedas de 27% e 21%, respectivamente, como mostram as informações do Sistema de Informações Ambulatoriais, do Sistema Único de Saúde (SUS).
O Rio Grande do Norte está entre os três primeiros estados que lideram a estatística de queda na realização dos exames de biópsia, se comparado os anos de 2019 e 2020. O primeiro é o Acre com queda de 90%, seguido de Mato Grosso com redução de 69% e, em terceiro, o Rio Grande do Norte, que verificou queda de 50% nos exames de biópsia da próstata entre 2019 e 2020.