Entrevista da Semana: Moisés Albuquerque

Seguir com a missão de informar diferentes públicos com profissionalismo, agilidade e credibilidade. Esse é um dos objetivos do jornalista Moisés Albuquerque, atualmente diretor de jornalismo do Grupo TCM Telecom e um dos principais apresentadores da emissora potiguar. Para o conhecermos melhor, convidamos o comunicador para participar da Entrevista da Semana aqui do portal É Notícia Mossoró.
Confira a entrevista na íntegra:
ENM – Quem é Moisés Albuquerque fora da TV Cabo Mossoró (TCM)?
Sou um cara tranqüilo. Eu diria até reservado. Uso meu tempo livre para aproveitar minhas paixões fora o jornalismo. A família. A música. O esporte. Mantenho a rotina das madrugadas. Acordo cedo e aproveito sempre o dia da melhor maneira possível.
ENM – Como você iniciou a sua carreira no jornalismo?
Acho que descobri esse caminho no Ginásio, ainda em Fortaleza. Fazia trabalhos da escola sempre usando formatos de comunicação. Jornal Impresso. Programas de TV. Simulava esses modelos para as apresentações. Profissionalmente minha primeira experiência foi lá atrás, no ano de 1998, num estágio na antiga TV Potengi (Afiliada Bandeirantes), hoje BAND NATAL. Eu era estudante de Comunicação na UFRN e me aventurei nessa missão. Naquela época não compreendia muito bem as decisões dos meus chefes. Hoje entendo perfeitamente. Mas meu mergulho no universo jornalístico aconteceu de fato a partir do ano 2000, com o ingresso no Diário de Natal/O Poti. Minha vivência diária na redação do DN foi minha grande escola. Na época do Diário atuei simultaneamente no jornalismo da 96FM. Depois de dois anos nessa jornada retornei para a TV ainda em Natal e segui abraçando as oportunidades que surgiram, até desembarcar em Mossoró no ano de 2005. Aqui atuei na Agência de Comunicação da UERN e no Correio da Tarde, até 2007 quando cheguei a TCM, onde permaneço com alegria até hoje. De 2009 a 2017 fui professor substituto do Departamento de Comunicação da UERN, quando tive a oportunidade de vivenciar outra grande paixão: a sala de aula e a vivência acadêmica.
ENM – Como você enxerga o jornalismo atual em comparação ao jornalismo de 20 anos atrás? Muita coisa mudou?
Mudou. Hoje há muitas ferramentas à disposição do jornalista. Facilita a apuração, produção, entrevistas. Por outro lado, essa agilidade também nos coloca diante dos desafios. A velocidade nem sempre vem acompanhada da credibilidade. Há 20 anos o repórter precisava sentir o cheiro da pólvora pra escrever uma matéria policial. Hoje, com tantos recursos, muitas notícias são formuladas sem que o jornalista sequer tenha estado na cena de um crime, por exemplo. Há vantagens e desvantagens. Mas o importante é que o bom jornalismo vive. Permanece com o passar do tempo, se reinventa e se conecta com toda tecnologia disponível.
ENM – Quais os desafios de fazer jornalismo numa cidade como Mossoró?
Os desafios são os mesmos de se fazer jornalismo em qualquer parte do país. A logística de produção da notícia exige dedicação, estrutura e comprometimento dos profissionais. Apurar requer a compreensão clara da missão do jornalismo. Que é uma missão social. A independência dos jornalistas é fundamental para que possam desempenhar bem seu papel. Os tempos são difíceis, pois vivemos um contexto político/social bem desafiador. Isso interfere diretamente na atividade jornalística. São poucos os veículos que dão essa retaguarda aos profissionais.
ENM – Em relação ao coronavírus, como você e sua equipe se adaptaram ao novo cenário imposto pela pandemia?
Nossa equipe, assim como o mundo inteiro, precisou se adaptar. Desde o começo da pandemia passamos a adotar medidas de prevenção ao contágio. No período mais severo da crise sanitária, parte do time atuou de casa. Reduzimos o tempo de permanência na redação. Além do uso de máscaras e álcool gel. Tivemos uma perda na nossa equipe e isso abalou bastante o time. Mas apesar do clima de medo e tensão, conseguimos lidar bem e até encontramos outras maneiras para manter nossa produção com o auxílio da tecnologia.
ENM – Ainda podemos acreditar no bom jornalismo? Por quê?
Não só podemos como devemos. Se não acreditarmos, não faz sentido. O jornalismo cumpre um papel importante na sociedade. Informar. Esclarecer. Dar luz aos fatos.
ENM – Vamos falar sobre o futuro? Como você se vê daqui a cinco anos?
Me vejo sempre nesse cenário da comunicação. O Grupo TCM é uma corporação vanguardista e que tem planos de crescimento. Espero estar à frente do nosso jornalismo e contribuindo para a expansão das atividades tanto no canal TCMHD quanto nas emissoras de rádio do Grupo. Hoje estamos presentes em 11 cidades e o objetivo é abraçar ainda mais municípios do Rio Grande do Norte.
ENM – E para os aspirantes do jornalismo, quais dicas você pode passar para quem está na faculdade ou em início de carreira?
Eu diria que o jornalismo é uma paixão. Um tanto inexplicável, pois exige entrega, dedicação, tempo, coragem e desprendimento. Não é uma profissão tão valorizada do ponto de vista financeiro para quem começa nessa jornada, mas é gratificante você se perceber como um agente de mudanças. Um emissário de fatos importantes. Uma testemunha da história. O jornalismo me move e me faz feliz como profissional. Se o jovem estudante ou jornalista em começo de carreira manifesta esse sentimento, o segredo é cabeça erguida, coração na ponta do lápis, verdade na escrita, honestidade na apuração e vamos pra frente.